sábado, 12 de abril de 2014

Traduzir na Torre de Babel

Revista Cult nº 189
Na Revista Cult deste mês de abril de 2014, uma nova seção: "Torre de Babel", dedicada a traduções e (talvez) a reflexões sobre a arte de traduzir. Veremos nos próximos meses.

Na estreia, a seção traz um poema de Emily Dickinson (1830-1886) t
raduzido por Augusto de Campos: My life had stood  ̶  a loaded gun. Não é a primeira vez que esse poema surge em nosso idioma. Pelo que sei, o paraibano José Lira o incluiu em Alguns poemas (São Paulo: Iluminuras2006). E o gaúcho Ivo Bender, em Poemas escolhidos (Porto Alegre: L&PM, 2011).

Como os três tradutores trabalharam a primeira estrofe desse enigmático poema? E que outra possibilidade ainda teríamos além dessas três versões? Que a nova seção da Cult tenha longa vida!



My Life had stood – a Loaded Gun –
In Corners – till a Day
The Owner passed – identified –
And carried Me away –


Tradução de Augusto dos Campos

A minha Vida era uma – Arma 
À Espreita – até que um Dia
Passou o Dono – e Me levou
Em sua companhia 


Tradução de José Lira

Minha Vida era uma Arma Carregada 
Nos cantos – um dia passou
O Proprietário – identificou-me 
Com Ele me levou 


Tradução de Ivo Bender

Minha vida, uma arma carregada,
Ficou pelos cantos até o dia
Em que o dono passou, e, ao reconhecer-me,
Levou-me dali consigo.


Tradução de Gabriel Perissé

Minha Vida era – uma Arma Carregada 
Encurralada pelos Cantos – um belo Dia
O Dono passou – me reconheceu 
E para muito longe Me levou 

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